terça-feira, 24 de abril de 2012

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Abinpet apoia Projeto Cão Guia Brasil.

Entidade reforça a importância da convivência entre seres humanos e animais.


Dia 25 de abril é o Dia Internacional do Cão Guia. Para celebrar a data, a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet), reforça que, desde 2009, apoia o Cão Guia Brasil, projeto idealizado pelo Instituto Cão Guia Brasil, destinado ao treinamento de cães para guiar pessoas com deficiência visual, formar treinadores e instrutores, além de promover palestras e workshops em congressos, empresas e  instituições de ensino.


Atualmente, há duas mil pessoas na fila de espera para obter um cão guia, beneficio concedido a cerca de 80 indivíduos no País. Esses animais podem, por exemplo, identificar o movimento do trânsito, desviar de buracos e outros obstáculos. O tempo total de treinamento é de aproximadamente 16 meses, podendo se estender até 21 meses.

 O cão-guia apresenta inúmeras vantagens. O animal detecta obstáculos acima da cintura e facilita a travessia de ruas movimentadas, pois percebe o movimento do tráfego. Já com uma bengala, o cego tem contato com os obstáculos antes de desviar deles.  “A principal diferença entre as duas possibilidades de locomoção é que a primeira proporciona mais independência ao deficiente visual e mobilidade mais fluida”, afirma George Thomaz Harrison, diretor presidente do Instituto Cão Guia Brasil.

Guiar é só um dos um dos benefícios proporcionados por um cachorro. O animal pode ser parte de atividades e terapias assistidas, por contribuir para a melhora da capacidade motora, da estima e da interação entre indivíduos. Além disso, a convivência com o cão funciona como uma ação calmante e antidepressiva para pessoas em tratamento, e pode até contribuir para a diminuição da quantidade de medicamentos.


De acordo com o presidente executivo da Abinpet, José Edson Galvão de França, “é cada vez maior a percepção de que os animais de estimação são benéficos para a saúde mental e física das pessoas”. Outras vantagens oferecidas pelo cão-guia estão relacionadas com aspectos psicológicos. “O animal oferece um amor incondicional, sem julgamentos e juízos de valor, além de favorecer contatos sociais, diminuindo sentimentos de isolamento e alienação. Quando o cego sai sozinho, por exemplo, é pouco provável que ele converse com um estranho. No entanto, ao passear com o animal, as pessoas param, conversam, brincam, e este contato social faz com que eles se sintam menos solitários. O cão-guia ainda estimula o exercício físico e o desenvolvimento de novas atividades, pois o responsável pelo animal precisa aprender a conviver com esse novo amigo e suas peculiaridades”, afirma George Thomaz Harrison, diretor presidente do Instituto Cão Guia Brasil.


O Projeto Cão Guia

O Instituto Cão Guia Brasil foi fundado em 2009, com o intuito de selecionar, treinar e doar sem custos cães para pessoas com deficiência visual. A entidade é resultado de um projeto piloto iniciado em 2006 em uma instituição para cegos de Niteroi (RJ). Atualmente, o projeto é mantido com a colaboração de empresas privadas comprometidas com questões sociais, que patrocinam as suas atividades por meio de doações. No Brasil, existem cerca de 16 milhões de pessoas com deficiência visual e cerca de 80 cães trabalhando.

O treinamento de cães-guias começou na Alemanha, após a primeira Guerra Mundial. Inicialmente, os animais eram destinados para os soldados que voltavam cegos da guerra e, posteriormente, para outros civis. O trabalho teve inicio em 1923, em Potsdam, sob a direção de Rueker e Wecherling.

A jornalista norte-americana Dorothy Harrison Eutis visitou a escola de Potsdam e escreveu o artigo The Seeing Eyes (olhos vigilantes ou protetores) para o jornal The Saturday Evening Post. Com a publicação, Dorothy, que já havia treinado cães para o exército suíço, foi convidada por Morris Frank, um cego norte-americano, para treinar o seu primeiro cão-guia. Seguindo a experiência alemã, ela educou um cão em sua casa em Vevey, na Suíça.


Em 1928, Morris Frank foi até a Suíça buscar o cão. Ao retornar a Nova Iorque, foi surpreendido por um enorme grupo de jornalistas ansioso por uma demonstração das habilidades do animal. Todos ficaram surpreendidos com a eficiência do cão para conduzir um cego na travessia da quinta avenida, que era, mesmo naquela época, a mais movimentada da cidade. Este foi o primeiro cão treinado por um cidadão americano, mas hoje já existem cerca de 10 escolas nos Estados Unidos e muitas outras em todo o mundo.

A formação tem início na escolha dos filhotes da ninhada, aos três meses. Os cães devem ter temperamento equilibrado, não serem muito tímidos, nem apresentarem características de liderança.


A segunda fase é a de socialização, de aproximadamente um ano. Tradicionalmente, neste período o cão permanece na casa de uma família voluntária, que terá o trabalho de familiarizar o animal com diversos ambientes sociais, além de passar orientações de obediência básica. No projeto, o cão permanece na residência do próprio treinador, a fim de evitar a perda destes animais por condutas inadequadas da família hospedeira.

Após esta fase inicia-se o treinamento específico, com duração de aproximadamente sete meses. O tempo varia para mais ou menos em função das peculiaridades de cada animal. Por 14 meses, o cão aprende a desviar de obstáculos, perceber o movimento do trânsito, identificar objetos, entre outras atividades. No último mês, é realizado o treinamento da dupla cão e usuário.

Fonte: ABINPET 
http://anfalpet.org.br

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